segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Escrever e guardar é o mesmo que ser mudo , que ter gritos suprimidos ,que ter medo de mostrar quem você é , é um silêncio pesado .

Sinto !

Já nem sei como estou !
Já nem sei quem sou !
Penso em tudo ,
não vejo nada .

Ao mesmo tempo que me sinto bem , estou mal .
que sinto amor , vem o ódio .

Enquanto houver uma gota daquele veneno ,
um vestígio daquele amor ,
estarei a pensar .

Sinto que algo está preso em mim .
Sinto que já não sou quem fui .
Sinto o que não posso ter .
Sinto uma agonia .
Sinto tudo , menos você .

domingo, 15 de agosto de 2010

Desejo

Posso te falar do amor ,
da dor ,
do que sinto ao pensar em você.
Posso alimentar meu vício,
meu desejo ,
meu pecado ,
você.
Devo esquecer o nada ,
o medo ,
os erros .
Preciso sentir o calor ,
a angústia ,
o amor .
Penso em te contar tudo ,
em não dizer nada ,
gritar o mais alto ,
olhar para o lado e ver você.
Quero fazer uma escolha ,
a certa ,
a incerta ,
a perigosa ,
ser corajosa .
Preciso olhar nos teus olhos ,
sentir seus lábios ,
tocar você.
Tenho todo seu veneno ,
sua malícia ,
sua carícia .
Posso te oferecer tudo ,
não te dar nada ,
ser a garota ingrata .
Pretendo cravar minhas unhas ,
transmitir calor ,
sugar você .
Quero saciar ,
odiar,
amar,
te ter !

sábado, 7 de agosto de 2010

Joanne




Garota de poucas palavras,
olhares silenciosos,
medo estampado na cara.
Doce menina,
começo da adolescência,
fim de violência.
Já não eram cinco,
Ele se foi ,levou dois , e desestruturou.
Só restava Joanne , sua mãe e a mágoa.
Bebida e cigarro estavam presentes.
Doce menina!
Já não eram duas ,
o doce veneno levou sua mãe.
Silêncio maldito!
Pequena Joanne.
Estava a crescer,
ganhava dinheiro e dava prazer .
Doce menina!
Puro rancor,
preenchia o buraco que o destino deixou.
Menina maldita,
era tão odiada .
Registrava aventuras e desestruturava .
Destruia daqui , destruia dali.
Pequena Joanne!
Revolta reprimida .
Reflexo daquela infância perdida.